Nêga Alencar denuncia indícios de fraude na Prefeitura de Parintins

por clely — publicado 09/11/2020 19h05, última modificação 09/11/2020 20h38 Texto: Assessoria Parlamentar / Foto: Pedro Coelho
Também argumentou sobre a falta de solução para o problema de água contaminada nos poços em Parintins, assim como evidenciou o desamparo e discriminação às mulheres pelo Poder Público Municipal.

A vereadora Nêga Alencar (PSC) denunciou possível rastro de corrupção na utilização do orçamento municipal. Em seu pronunciamento, a parlamentar também argumentou sobre a falta de solução para o problema de água contaminada nos poços em Parintins, assim como evidenciou o desamparo e discriminação às mulheres pelo Poder Público Municipal. Essas pautas fizeram parte do pronunciamento na sessão de segunda-feira, 9 de novembro.

Ao iniciar seu discurso, Nêga se dirigiu a toda a população parintinense, em especial às mulheres. Para ela, as mulheres do município estão desamparadas, como se fossem invisíveis para a gestão municipal. A parlamentar elencou uma série de problemas que a população enfrenta, como a inexistência de maternidade no município, a longa espera na fila para se conseguir um exame, como o preventivo, e o fechamento da Secretaria da Mulher.

“As mulheres são discriminadas pelo Poder Público Municipal. Não se coloca à disposição um acompanhamento médico digno. Precisamos ser assistidas por uma sociedade e por políticas públicas que tenham sensibilidade a nós, mulheres”, declarou.

Em seguida, a vereadora relatou que tomou conhecimento de uma proposição de venda de terreno pertencente ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parintins (SAAE) para quitar dívida da empresa Amazonas Energia. Ela considerou o ato como vergonhoso diante da falta de investimento para solucionar o problema de água contaminada que o município vem enfrentando. O projeto recebeu pedido de vista da vereadora Nêga Alencar, para melhor análise.

 

Orçamento do Município

Nêga Alencar apontou suspeita de irregularidade nos gastos da Prefeitura de Parintins, cujo orçamento total ultrapassa R$ 186 milhões. A vereadora revelou que mais de 4% deste valor, o equivalente a R$ 8 milhões, é destinado somente ao Gabinete da gestão municipal. Para comparar, Nêga esclareceu que os valores destinados para as Secretarias de cultura e turismo, juventude, esporte e lazer, assistência social, e até o que vai para o Setor Primário, se somados, o valor obtido não alcança o total que o Gabinete da administração municipal gastou durante o ano.

Diante do exposto, Nêga contestou a falta de recursos que impediria a população do município de ter acesso a melhorias em diversos setores, como na saúde, tão afetada pela pandemia de Covid-19. De acordo com a vereadora, a maioria das cirurgias não está sendo realizada, falta manutenção aos ares-condicionados do Hospital Jofre Cohen e os servidores públicos estão em seu limite com a exploração de trabalho.

“Não é possível que falte dinheiro. O Setor Primário é bandeira de campanha, mas os investimentos vistos são todos do Governo do Estado, não sendo nada da Prefeitura. O agricultor está sendo usado há décadas, sem investimento do Município. É uma vergonha, um absurdo! Não vamos nos deixar enganar”, finalizou.